Validação social através de uma atividade intelectual bem remunerada

Eu sou filha de japonês, e cresci ouvindo meu pai dizer o quanto minha educação era de extrema importância, principalmente para ter uma carreira bem sucedida, conseguir acumular mais e mais posses pelo mundo material. Mas isso também pelo fato de conseguir certo respeito alheio necessário para uma boa convivência. Minto, pois nesse contexto só vejo que isso se resume a se sentir mais ou menos que outras pessoas. Pertencer ao um grupo específico na sociedade requer paciência com os comentários alienados e algumas vezes até desrespeitosos e de cunho maldoso. As caixinhas que me foram impostos durante minha vida foram pisados, amassados e jogados no lixo depois de um longo processo terapêutico. Nada mais relacionado diretamente e unicamente à representação de troca material me atrai. Tudo que eu faço, ignoro por completo toda a questão financeira. Não porquê não faça algum sentido, até faz, para muitas pessoas isso é o que move a vida delas. Mas a partir do momento em que minhas metas são direcionadas, de forma unilateral, ao dinheiro... Toda a energia se esvazia em questão de segundos. Finalmente posso dizer que o que me move é ser feliz, espalhar amor e paz. Mas isso não quer dizer que não tenho consciência de questões universais, como a luta de classes e a luta dos trabalhadores, ou que ignoro ou desconsidero a importância dessas questões, de forma alguma! Eu simplesmente aprendi a canalizar minha vontade de ajudar as pessoas, a natureza, o universo com calma e uma vida pessoal organizada e leve. Sem isso, eu ainda estaria perdida, sem saber nem por onde começar. A consciência cheia de dor faz nossos atos se estagnarem e o desespero se alastra.