Dualidade

O cansaço emocional me invade o físico com o total aval da coerência. Ultimamente, eu que questiono sobre tanta coisa, não encontro tempo para me permitir refletir sobre nada. Afinal, a atividade especulativa não movimenta o sistema.

Mas o que permeia pelo meu ser são questões emocionais pelo qual tanto fugi nos últimos anos. A carência afetiva que sempre foi um ponto nos meus aterros pessoais agora me transborda aos olhos.

E por esse mesmo motivo, situações e tentativas frustadas de suprir essa carência têm me permitido pensar acerca do assunto.

É nesse momento que, me perceber como indivíduo numa sociedade em que reflexões sociológicas e emocionais não são relevantes me fazem sentir cada toque de tortura como uma facada no peito.

Quando me deparo com o monólogo do eu e o ego como forma de sedução, me silencio por um minuto pelo terror alcançado nas minhas piores noites mal dormidas.

Eu que tanto amo a singularidade abomino quem tanto se ama em prol da masturbação do próprio ego.

Ainda na luta de aceitar a podridão humana, a dualidade às vezes assusta.